FAKE NEWS – As mudanças causadas na sociedade pelos Meios de Comunicação.





                                                             Imagem extraída do site da BBC. Acesso em 15 de maio de 2020 as 13:45h





FAKE NEWS – As mudanças causadas na sociedade pelos Meios de Comunicação.

O que são Meios de comunicação?

As ferramentas que possibilitam a comunicação entre os indivíduos, propiciando a difusão e troca de informações são chamados de MEIOS DE COMUNICAÇÃO. Esses veículos vêm sofrendo transformações ao longo da evolução da sociedade, encurtando cada vez mais as distâncias entre os povos (Ideia do Geógrafo Milton Santos), pelo menos virtualmente, e acelerando o compartilhamento de informações.

Os meios de comunicação são divididos em dois tipos:
1.       Meio de comunicação individual, que é uma ferramenta que possibilita o contato interpessoal e a disseminação de informações entre uma pessoa e outra ou entre grupos restritos. Como exemplos podemos citar: carta (praticamente em desuso), telefone e internet (plataformas de mensagens instantâneas/bate-papo).
2.       Meio de comunicação social ou em massa que é uma ferramenta que possibilita comunicar a um número grande de pessoas, ou seja, transmitir informações em massa. São exemplos: televisão, rádio, internet (veículos de informação).

           O que a tecnologia muda nessa equação?
Inovação tecnológica é elemento gerador de mudanças que não se relaciona apenas com questões de ordem técnico-científica, mas ordem política, econômica e padrões de comportamento sociocultural.

Para uma justa interação social e um desenvolvimento humano harmônico é preciso que haja participação, organização e educação de qualidade, o que resultaria no aumento do poder das pessoas, aumentando o lugar de fala, onde cada indivíduo fala por si, sem intermediários. O desenvolvimento deve sempre estar atrelado à cultura e história e inserido nos sistemas sociais do lugar onde ele ocorre. Endenta-se Cultura como o conjunto de costumes de um povo, artes em geral, culinária, brincadeiras de rua, estória oral, moda, artesanatos, ou seja, todos os aspectos que marcam a identidade da comunidade onde o indivíduo se insere.
A forma como se da à comunicação em massa está cada dia mais complexa e a informação cada vez mais acessível devido ao advento da internet. A rede mundial permite ao usuário acesso quase ilimitado e em tempo muito próximo do real aos fatos que antes demoravam dias, semanas, senão meses para atingir certos extratos da população em geral.
O Jornal impresso ainda existe, mas é pouco utilizado nos grandes centros, com o advento da mídia eletrônica, a forma tradicional se distância cada vez mais da população.

Mas e o que substitui a mídia impressa e os meios tradicionais de comunicação? Vamos lá:
·         Jornais eletrônicos;
·         Redes sociais (Instagran, Facebook, Twitter, WhatsApp, etc...)
·         Revistas eletrônicas;
·         Email;
·         Redes sociais voltadas ao contato profissional (Linkedin, Bebee, Bayt, Xing, entre outras)

FATO OU BOATO?

As redes sociais não se limitam mais ao relacionamento, mas se transformaram também em fonte de pesquisa e notícias, tendo como uma de suas poucas qualidades a interatividade, participação e a capacidade de produzi-la. Porém, muitas vezes, sem mediação ou checagem de dados levam a produção de conteúdo falso, com intenções diversas, propagadas como se verdade o fossem.

                Existem também exemplos positivos dessa interatividade participativa na construção de conteúdo na internet. Vejamos o exemplo da enciclopédia On Line Wikipédia, onde todos podem dar contribuições sobre diversos temas e é totalmente gratuita e livre. Vale ressaltar que como toda informação captada através de veículos livres, cabe uma checagem em veículos mais seguros.
               
A interação e a participação ativa de quem produz e recebe o conteúdo, passam a fazer parte da mídia social e da internet de forma geral, ampliando as opções de leitura e aquisição/troca de conhecimento.
Devido a essa interação, liberdade e rapidez na rede (internet), as pessoas estão cada vez mais utilizando essa ferramenta para se mobilizarem fisicamente ou somente virtualmente para os mais diversos fins. Grandes manifestações e mobilizações sociais da atualidade tiveram o início através das mídias sociais. Podemos citar dois grandes exemplos:

·         A PRIMAVERA ÁRABE (2010), que começou no Egito, foi uma revolta da população contra governantes ditatoriais e para pedir melhores condições de vida, que se espalhou como uma onda revolucionária pelo norte do Continente Africano e Oriente Médio;
·         PROTESTOS CONTRA O GOVERNO DILMA ROUSSEFF (2015), no Brasil, grandes manifestações foram convocadas também pelas redes sociais, pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Essas manifestações iniciadas por meio de mobilização nas redes sociais como Face book, Twitter, Youtube e Whatsapp, envolveram greves, passeatas e os atos virtuais em si, organizados para sensibilizar a população a participar dos eventos. Promoveram mudanças na sociedade levando-se em conta a velocidade da informação/comunicação, mostrando como a tecnologia aplicada aos meios de comunicação em massa transformam comportamentos e exercem extrema influência na opinião pública.

FAKE NEWS E CIBERCRIMES – NEM TUDO SÃO FLORES NA REDE.

O dia da mentira, 1º de abril, agora pode ser qualquer dia.

Em 1º de abril de 1928 um jornal da província de Minas Gerais chamado “A Mentira” noticiou a morte de Dão Pedro I, desmentida no dia seguinte, talvez inaugurando assim a Fake News impressa no Brasil. Mas a origem do dia da mentira tem várias fontes de acordo com o pais ou época.
O Objetivo das brincadeiras do “dia da mentira” é a diversão entre amigos usando fatos falsos como gozação. Muito diferente das Fake News da atualidade.

E o que é uma Fake News afinal?

Em tradução literal do inglês é “Notícia Falsa”, e se procurarmos os sinônimos para falsa (o) encontraremos: Mentira, enganoso, adulterada, inventada, inexata, pessoa ardilosa, calúnia, falsidade...
Em livre associação, podemos intuir que Fake News na atualidade são fatos e notícias falsas, ou parcialmente falsas criadas a partir de fatos verdadeiros com o objetivo de manipular parte da população com propósitos escusos (políticos, sociais, econômicos) que na maior parte das vezes constituem crimes contra uma população ou honra das pessoas envolvidas. È portando uma modalidade de “Cibercrime”, podendo haver ou não prejuízos financeiros ou morais sobre quem se mente ou a quem se destinam. Vale lembrar que cibercrimes vão muito além das Fake News, divulgar conteúdo privado sem autorização, os famosos nudes, também é Cibercrime por exemplo.

A Era da Pós-Verdade.

“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Esse provérbio atribuído erroneamente ao ideólogo nazista Joseph Goebbels (apesar de aparentemente ele tê-lo usado) é de autoria desconhecida e ilustra bem o conceito da PÓS-VERDADE, onde a veracidade do fato não importa perto do impacto imediato causado pela disseminação da notícia, principalmente considerando a capacidade dessa disseminação na internet através das redes sociais e demais instrumentos de comunicação em massa.
Mas as Fake News não foram inventadas agora. Elas existem desde os primórdios da sociedade. Para citarmos apenas 3 exemplos de manipulação da verdade com propósitos diversos através dos tempos ficamos com:

·       A descoberta do Brasil
As mais antigas notícias falsas do Brasil existem literalmente desde que existe o próprio país – ou o país “fundado” pelos portugueses. O descobrimento do Brasil é um ninho de fake news, a começar pelo próprio título: tratou-se muito mais de uma invasão do que de uma descoberta, considerando os milhões de nativos que já viviam aqui, e a ideia de que o país “começa” em 1500 é uma ilustração perfeita do descaso que temos pela nossa própria história – o que passamos a chamar de Brasil, afinal, é logicamente muito mais antigo do que isso.

Mesmo dentro da história oficial, no entanto, as mentiras também são muitas, com especial destaque para duas: a de que as embarcações de Pedro Álvares Cabral teriam chegado aqui por acaso, e a própria noção de que o navegador português foi o primeiro europeu a pisar em solo brasileiro. Historiadores hoje já comprovam que não havia muito como Cabral e o rei de Portugal não saberem da existência do Brasil – em especial por não ter sido ele o primeiro europeu a chegar aqui, nem sequer o primeiro português. O navegador Duarte Pacheco Pereira esteve no Pará e no Maranhão dois anos antes de Cabral, assim como o espanhol Vicente Yáñez Pinzón no litoral do Pernambuco, em janeiro de 1500, meses antes do descobrimento oficial. (fonte: hypness.com.br/ acesso em 14/05/2020 as 14:35h)
·       A Guerra dos Mundos
Um dos mais clássicos e conhecidos casos de fake news foi o ataque alienígena que a Terra sofreu em 30 de outubro de 1938, noticiado nas rádios americanas com urgência. A notícia, relatada em diversos boletins que interrompiam a programação normal da rádio, dizia primeiro que uma série de explosões havia sido percebida em Marte; em seguida, que um meteoro havia caído em Nova Jersey, nos EUA, matando mais de 15 mil pessoas; depois, que o meteoro era na verdade uma nave, da qual marcianos haviam sido vistos saindo com armas de lazer na mão – a Terra, portanto, estava sendo invadida por alienígenas.
Orson Welles em transmissão radiofônica

A notícia, no entanto, era somente uma incrível adaptação para o rádio feita por Orson Welles, diretor do clássico filme Cidadão Kane, para o livro Guerra dos Mundos, de H.G. Wells, no qual uma invasão de seres de Marte acontece. A adaptação era tão convincente, no entanto, que antes mesmo que a transmissão acabasse a população foi posta em pânico – milhares de ligações para a polícia, os bombeiros e os hospitais colocaram os EUA de prontidão para realmente lutar contra os alienígenas. A verdade, porém, é que não passava de uma espécie de rádionovela – que, nas mãos de um gênio como Orson Welles, se tornou uma inacreditável verdade. (fonte: hypness.com.br/ acesso em 14/05/2020 as 14:35h)
·       Atentado no Riocentro
Essa foi uma fake news que não deu exatamente certo, e acabou se tornando uma das mais importantes notícias reais a apressar o processo de redemocratização brasileira na década de 1980, no período final da ditadura militar. E teria sido uma das mais trágicas da história, tanto no sentido humano quanto no sentido, pasmem, musical, pois na noite do dia 31 de abril de 1981 dois militares tentaram plantar uma bomba no Riocentro, no Rio de Janeiro, em um show por comemoração do Dia do Trabalhador. A imprensa de modo geral não retratou, à época, mesmo tendo sido comprovado, quem eram os verdadeiros responsáveis pela tentativa de atentado.
                                O Puma onde a bomba explodiu no colo do sargento
O plano, a ser executado pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário e pelo capitão Wilson Dias Machado, era detonar a bomba e colocar a culpa do atentado em organizações de esquerda. A ideia, elaborada por setores radicais do governo à época, era, com isso, convocar uma nova onda de repressão e paralisar o processo de reabertura democrática (ideia essa já confessada pelos envolvidos). Antes de conseguir chegar até o pavilhão onde o show ocorria, no entanto – em um carro Puma ainda no estacionamento do local – uma das bombas explodiu no colo do sargento, levando-o à morte e ferindo gravemente o capitão. Outra bomba explodiu instantes depois, em uma estação elétrica. Delegados e militares já admitiram em depoimentos que a intenção era não só atingir a imensa plateia que assistia aos shows, como principalmente os artistas: apresentavam-se naquela noite, entre muitos outros, nomes como Gonzaguinha, Luiz Gonzaga, Gal Costa, Chico Buarque, Fagner, Beth Carvalho, Clara Nunes e Elba Ramalho. (fonte: hypness.com.br/ acesso em 14/05/2020 as 14:35h)


 Então o que mudou?

Bom o que mudou foi a forma de disseminação, a velocidade e o impacto que ela causa. O termo Fake News, que tem origem em “False News” em língua inglesa, foi mais disseminado, ou seja, teve seu auge, a partir da Ultima eleição nos EUA (Trump x Hillary Clinton). Hoje existem empresas especializadas na produção e divulgação de conteúdo falso, os famosos robôs.
Uma definição importante de Fake News é do Site www.brasilescola.uol.com.br:

·         Fake News são notícias falsas publicadas por veículos de comunicação como se fossem informações reais. Esse tipo de texto, em sua maior parte, é feito e divulgado com o objetivo de legitimar um ponto de vista ou prejudicar uma pessoa ou grupo (geralmente figuras públicas).
·         As Fake News têm um grande poder viral, isto é, espalham-se rapidamente. As informações falsas apelam para o emocional do leitor/espectador, fazendo com que as pessoas consumam o material “noticioso” sem confirmar se é verdade seu conteúdo.
·         poder de persuasão das Fake News é maior em populações com menor escolaridade e que dependem das redes sociais para obter informações. No entanto, as notícias falsas também podem alcançar pessoas com mais estudo, já que o conteúdo está comumente ligado ao viés político.

 É importante você estudante estar atento ao fluxo dessas Fake News, pois elas não consideram palavras como ética e veracidade dos fatos como algo relevante. Quanto mais você estiver consciente e souber filtrar os fatos, extraindo deles a verdade, mais capaz você será de conduzir seu próprio caminho, considerando suas escolhas prioritariamente, e não através da manipulação dos fatos.
Para tanto é de fundamental importância que nos façamos perguntas como: Quem está por trás da informação? Qual sua motivação? E que esses questionamentos nos leve a uma pesquisa mais profunda sobre a veracidade dos fatos relatados em qualquer veículo.
Não se deixe enganar. Os produtores de conteúdo de Fake News usam nossa necessidade de pertencimento a grupos sociais, e hoje em dia isso se da muito através das mídias sociais, para disseminar fatos distorcidos, ideias falsas, para atingir propósitos pessoais ou de grupos.

Um dos grandes problemas que surgiram com o boom mídias sociais, é como checar e controlar os chamados “cibercrimes” e “fake news”. Nossa legislação, assim como quase do mundo todo ainda é bastante defasada em relação a esses novos fatos. Portanto, depende muito mais de nós mesmos evitar cair nessa armadilha. Nossa maior ferramenta chama-se Senso Crítico.

Uma boa arma atual para ajudar no combate a influência das Fake News são as agências de checagem de notícias. Criadas a partir dessa necessidade premente de separar o joio do trigo, elas são um poderoso aliado nessa guerra de informação. Abaixo sugerimos alguns endereços para auxilia-lo.

Bom estudo. Cuide-se e fique em casa!


Texto: Viviane Cozeto e Francisco Cozeto


Comentários

  1. Muito oportuna a postagem, pois nos dias atuais as "fake news" tem um impacto muito grande, devido à facilidade em publicar textos que atingem várias pessoas. Se antes para publicar era mais difícil, e as postagens passavam por várias pessoas até se chegar à publicação para atingir um universo amplo, hoje essa intermediação foi sendo anulada.

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